segunda-feira, 23 de março de 2015

Desperdício de alimentos


POR Luciane Peixoto – nutricionista

Desconsiderando as perdas durante a colheita, o desperdício de alimentos no Brasil chega a 26,3 milhões de toneladas por ano.  O Brasil é um dos principais produtores agrícolas do planeta e também se destaca por ser um dos países onde ocorre o maior desperdício de alimentos.


Pesquisas recentes apontam que 35 milhões de pessoas seriam alimentadas pelo produto deste desperdício. A cada cinco minutos morre uma criança por problemas causados pela falta de alimento. São 288 crianças por dia. Você tem ideia do que representa este número? Enquanto isso, nesse mesmo espaço de tempo, o brasileiro joga fora 70 mil toneladas de alimentos. De todos os alimentos adquiridos pelos consumidores brasileiros, cerca de 20% são descartados no processo culinário ou devido a maus hábitos alimentares.


Os maiores índices de desperdício de alimentos no Brasil ocorrem no preparo e armazenamento em domicílio, restaurantes e cozinhas industriais.
Trocando as toneladas por valores em Reais, R$ 12 bilhões em alimentos são literalmente jogados no lixo por ano. Esse valor representa 1,4% do PIB brasileiro, o suficiente para alimentar oito milhões de famílias, ou cerca de 30 milhões de pessoas carentes por ano, com cestas básicas de custo médio de R$ 120.
O grande desafio é revelar o poder que o ser humano tem de transformar o seu próprio comportamento para direcionar o desperdício de alimentos a uma solução.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), além de deixar de saciar a fome de 870 milhões de pessoas no mundo anualmente, há um significativo consumo de água e do uso da terra, e ao longo do processo de produção e preparo emitem mais de três bilhões de toneladas de gases de efeito estufa para a atmosfera, impactando diretamente no clima.


 

O assunto mais falado nos últimos tempos é o desgaste ambiental e o consumo sem medida dos bens naturais. A água é o que mais se destaca no momento. Vamos ser mais conscientes e estocar somente o necessário para consumo e colocar no nosso prato o que realmente irá nos saciar.

Na próxima matéria darei dicas de consumo consciente e redução do desperdício. Aguarde.
 
Fontes: FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura),
Instituto Ikatu e Revista Problemas Brasileiros, n. 383. SESCSP

 


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